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 Prólogo: Ann

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Ruby

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MensagemAssunto: Prólogo: Ann   Prólogo: Ann EmptyQua Fev 04, 2015 1:35 pm

  Madrugada.


   A cabeça lhe doía um pouco. Talvez tivesse passado da conta no estabelecimento do senhor Ab’zul novamente. Essas bebidas de Rachel até hoje são as únicas coisas que espairecem sua cabeça... mesmo que ao custo de uma bela enxaqueca na manhã seguinte. Engraçado como a bebida lhe tomou parte do dia nos últimos anos. Será que a vida lhe foi ficando tão monótona assim? Bah, bobagem. Nunca se sentiu tão bem, pensava consigo, na tentativa de, quem sabe, conseguir iludir-se. Mas sabia que, não importava quantas doses de "Red Rebel" tomasse, a embriagues não lhe devolveria o prazer de viver novamente.


   Chegou em sua moradia, aquele velho recinto feito de tijolos surrados pelas areias que vinham de todos os cantos do deserto, e que comiam pouco a pouco as lajotas, tendas, e redes artesanais que ornamentavam a casa, e que fracassavam em causar uma boa impressão.


   O ranger da pesada porta de madeira denunciava sua entrada. Após fecha-la, demorou um pouco para perceber que havia um resquício de luz no cômodo. A cabeça ainda girava um pouco, mas estava começando a se acostumar com isso. Deu alguns passos desajeitados adentro, observando lentamente o que presenciava todas as noites: uma sala abafada, repleta de papeis e livros encadernados espalhados pela frágil e bamba mesinha de madeira, alguns ao chão, alguns amassados, e quase todos cobertos pela fina camada de areia e pó que gostava de se acomodar nos cantos da casa, mesmo os que fossem mais movimentados, o que, de fato, não eram muitos. Acima de um dos muitos livros, uma vela posta sobre um pires de barro fulgurava fragilmente. Algumas armas de fogo e variados cartuchos de munição espalhavam-se sobre o antigo e esburacado sofá forrado em couro batido. Ao seu lado, um gigantesco machado feito de algo que lembrava metal recostava entre o móvel e a parede. Fosse a bebida ou não, aquele machado parecia cada vez mais pesado sempre que o fitava. As duas janelas toscas ornamentadas em concreto, parafusos enferrujados pelo tempo e madeira carcomida estavam sempre abertas, tentando quase que inutilmente trazer um pouco do frescor noturno para dentro. Um prato de comida com restos de ossinhos, juntamente com uma caneca de madeira vazia derrubada repousavam em uma das banquetas da mesa. Ora essa, quem usaria a banqueta ao invés da mesa para comer? Hm, também pudera, com a infeliz da mobília abarrotada de coisas, mal se tinha espaço para uma refeição. Antes que pudesse terminar de contemplar o desastre que era sua casa, Ouviu uma voz feminina:



– Eita...


   Até o momento não tinha reparado que uma jovem estava recostando as costas na parede do outro lado, em pé, observando-a de braços cruzados, esboçando um sorriso cínico e franzindo uma das sobrancelhas:


– Desse jeito, você vai acabar se matando de tanto beber, Ann. – Terminou a garota. Seus cabelos curtos arrojados e seu sorriso simpático, porém debochado, denunciaram sua colega de residência.


– Ah Boo, lá vem você de novo com essa... – retrucou a outra, empurrando as coisas do sofá para uma de suas extremidades, e jogando se de corpo ao mesmo, como se fosse sua cova.


– É senhora Boo pra você, senhorita “Red Rebel”. E uhh... é melhor eu apagar a vela, ou vamos acabar explodindo a casa toda com esse seu bafo maravilhoso. – Zombou, afastando, se da parede e indo em direção a mesa.


– Eu sei... exagerei um pouco essa noite. Mas já estou melhorando. – mentiu.


– To vendo... – Respondeu a garota de cabelos curtos, que pegou uma folha de jornal, soprou o pó que continha na mesma, dobrou e jogou-a sobre o corpo da amiga, – “Tó”.
 
   A moça embriagada levou um breve susto, olhou para o jornal e tentou entender o significado daquela ação. Voltou o olhar para a amiga procurando uma explicação, que estava em pé, a sua frente:


– Tava lendo hoje, na verdade, só passando o olho. Ai vi uma coisa que me chamou atenção. Achei que você ia gostar de ver. – disse, sorrindo mais simpática do que antes. – Da uma olhada Ann, “de fé”.


   A moça deitada desajeitadamente no sofá então pegou o papel, endireitou-se e o observou.
Ficou por algum tempo fitando-o, quando, num susto repentino, viu o que realmente precisava ser visto:


– Red Riot??


– Pois é. – Afirmou com a cabeça sua amiga.


– Mas... achei que... – parou de falar um pouco, matutando sobre o assunto em sua cabeça, que agora realmente estava voltando a funcionar.


– “Red Riot de volta a ativa”... Haha... Não acredito... – começou a rir sozinha.


– Parece que aquela justiceira lá, a... como era mesmo o nome dela... Derpina, acho... nome “mó” esquisito, mas enfim, parece que ela resolveu trazer o nome do clã de rebeldes sem causa de volta a ativa. – Disse a moça arrojada que agora sentava-se em uma banqueta desocupada, logo a sua frente.


– Heh, falou a maníaca do machado com o apelido de “peitinho”.


– Ah, cala essa boca Ann! Isso dai é ciúme! Seu recalque bate neles e volta na sua cara. – Riu da própria piada.
 
  Por algum tempo ambas ficaram caladas, fitando o jornal, cada uma em seu canto. Por fim, a que o segurava disse, sem tirar os olhos do mesmo:


– Me diz Boo... o que você acha?


– Eu que deveria saber? Nem conheço essa gente doida. Só o tal do Soul. Até que ele era bonitinho...


– Será que... eu deveria voltar? – pausou a fala para soltar um suspiro.


– Tentar essa vida de novo? Ah, sei lá... mas largar tudo aqui até que não seria ruim pra você. Antes morrer em batalha do que fedendo a gasolina de M.E.C.A. – Não perdeu a oportunidade de importunar a amiga.


– Antes morrer em batalha, do que morrer de desgosto. Eu seguia esses ideais tão fortemente... – Abaixou um pouco a cabeça e fitou o chão, como se quisesse enxergar através dele, – O que aconteceu comigo pra abandonar tudo?


– Bem, acho que foi culpa minha, hehe!


– Não Boo... – Ficou alguns segundos em silêncio.


– Quer saber? – levantou-se subitamente, como se não estivesse sobre efeito do álcool – É hora de partir.


– “Veesh”... o guria, ta “lokona”? são quase seis da manhã e você nem dormiu... – Levantou-se, e segurou o braço de sua companheira com uma das mãos. – Você pode fazer o que quiser, contanto que você durma. Vamos. "Pra caminha, ruivinha". – Disse, jogando o braço de Ann por trás dos ombros, e levando-a para o próprio quarto.


– É... tem razão. Melhor eu ir dormir um pouco. – Disse Ann, agora com uma voz cansada.


  Porém, eu seu interior, algo começava a queimar lenta e fascinantemente. Sabia o que era.








  Era o desejo de voltar a viver.


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MensagemAssunto: Re: Prólogo: Ann   Prólogo: Ann EmptyQui Fev 12, 2015 1:37 pm

Nossa, que narração perfeita! Isso promete! *-*
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Ruby

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MensagemAssunto: Re: Prólogo: Ann   Prólogo: Ann EmptyQui Fev 12, 2015 2:47 pm

Obg minha querida xD
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MensagemAssunto: Re: Prólogo: Ann   Prólogo: Ann Empty

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